Tudo parecia bem-encaminhado nos discursos proferidos pelo Presidente da República na China. Aparentemente, a “asfixia” que João Lourenço reconheceu existir num dos seus discursos relativamente à dívida chinesa, ia desaparecer. Ao mesmo tempo, os possíveis investidores literalmente choveram nas audiências com o Presidente.

Estávamos em modo de comemoração e chega Massano com um discurso gelado. Não há moratória, o calendário do pagamento da dívida mantém-se inalterado, nem se prolongou a maturidade (o prazo de vencimento), apenas se libertaram as reservas constituídas e a constituir para o pagamento da dívida. Nas palavras de Massano” as nossas prestações, em que parte delas serviam para constituir uma reserva de garantia, essa reserva passa a ser mais baixa, permitindo libertar, em média, por mês, algo em torno de Usd 150/200 milhões”.  A média da poupança dará cerca de 2 mil milhões de dólares ano. Não é mau, mas fica a ideia que é pouco e, afinal, não houve grande disponibilidade da parte chinesa, que apenas “perdoou” garantias. Que garantias a China precisa de um país (Angola) a que entregou 45 mil milhões de dólares e já só lhe deve 17 mil milhões?

Francamente, ou não percebemos a explicação de Massano ou parece pouco para a festa que foi feita e alguém enganou ou exagerou o discurso optimista sem baias do Presidente da República. Valeria mais um discurso com cautela optimista…

Eventualmente, pode ser que a China cumpra as promessas de investimento real na economia angolana, se assim for talvez compense a dureza referente à dívida. Caso contrário, devem ser accionados mecanismos legais ligados à dívida odiosa, que ficaram por tratar.