A agência russa TASS, noticiou na passada terça-feira que o governo russo tinha aprovado um projeto de acordo que envolve a cooperação militar entre a Rússia e a República Democrática do Congo (RDC).

Nesse acordo estaria previsto a organização de treinos e exercícios conjuntos, a participação e o acompanhamento de treinos a convite das agências competentes, a visita de navios e aviões de guerra a convite ou a pedido, a formação de militares e outras formas de cooperação.

Este projeto de acordo já faria parte de uma resolução governamental, que, entretanto, já estaria publicada no portal oficial de informação jurídica.

Contudo, dois dias depois, as autoridades congolesas, através do ministério da comunicação e medias, já desmentiram tal acordo, salientando que não foi assinado recentemente qualquer tipo de acordo de cooperação militar.

Relativamente a este tema, o governo congolês esclareceu que sobre o projeto de cooperação militar, este já existe desde 1999, e que desde essa data, ainda não existe qualquer desenlace tangível.

Além disso, atualmente, não existem discussões bilaterais entre as duas partes para a aplicação efetiva deste projeto de acordo, sendo que a RDC não está a considerar qualquer possibilidade de assinatura de um acordo militar entres os dois países.

Não podemos deixar de estranhar tal discrepância de informação entre os dois estados, num tão curto espaço de tempo.

Ademais, não nos podemos esquecer da crescente ‘pegada’ que a China vai desenvolvendo na RDC, particularmente em recursos minerais e no plano militar. A China tem feito investimentos substanciais no sector mineiro, o que lhe permite exigir um tratamento especial e assegurar recursos estratégicos como o cobalto e o cobre.

Ao nível de assistência militar, os chineses ofereceram formação aos militares congoleses e assistência em matéria de segurança às empresas chinesas que operam na RDC. Houve casos em que o exército congolês foi destacado para proteger os interesses mineiros chineses.

Refira-se também que, no ano passado, o governo da RDC adquiriu nove drones de ataque CH-4 chineses para reforçar as suas capacidades militares contra grupos insurretos como os rebeldes M23. Os drones CH-4 são capazes de transportar várias armas, incluindo mísseis ar-superfície e bombas. E recentemente o Ruanda acusou o Congo de usar os drones chineses e ameaçar o seu espaço aéreo.

Será que a China e a Rússia estão a atuar em conjunto na R.D.Congo? A Tass não é uma agência de desinformação. Por que iria mentir sobre um assunto russo?

Há aqui um mistério por esclarecer.