Irresponsabilidade, é o mínimo que se pode afirmar. Saíram números preocupantes sobre o número de automóveis que circulam nas estradas de Angola.  Assim, somente 366 mil dos mais de dois milhões de automóveis que circulam no país têm seguro.

De acordo com a Associação de Seguradoras de Angola ASAN, há no país uma taxa de penetração de seguros muito baixa (de 18%), realçando que as autoridades devem responsabilizar e atuar contra os infratores.

o cenário de milhões de automóveis a circular sem seguro é uma preocupação séria e multifacetada. Embora a pequena percentagem que possui seguro automóvel cumpra com a lei, a maioria dos veículos nas estradas permanece desprotegida. O número de viaturas sem seguro pode ser ainda maior em função das autoridades não fornecerem os dados reais do número de viaturas registadas.

A ausência de seguro automóvel coloca em risco os condutores, passageiros e pedestres. Em caso de acidente, as vítimas podem enfrentar dificuldades financeiras significativas para cobrir despesas médicas e as reparações nos veículos.

Além disso, naturalmente que a falta de seguro prejudica a economia do país. Os custos associados a acidentes não cobertos são transferidos para o sistema de saúde pública e para os cidadãos.

Quando os condutores sabem que podem escapar sem seguro, podem negligenciar práticas seguras de condução, como respeitar limites de velocidade, usar cintos de segurança e evitar distrações. A falta de penalidades rigorosas para veículos não segurados pode perpetuar essa cultura de irresponsabilidade. Sobre este aspeto, a ASAN refere que mesmo com o aumento da inflação e as dificuldades de divisas, os preços dos seguros em Angola nunca sofreram alterações e continuam a 30 mil kwanzas. Multas significativas e apreensão de veículos não segurados podem dissuadir os condutores de arriscar.

A baixa adesão ao seguro automóvel afeta diretamente as seguradoras. Menos clientes significam menor receita e, consequentemente, menos recursos para cobrir sinistros. Isso também pode levar a aumentos nas taxas de seguro para aqueles que cumprem a lei, criando um ciclo prejudicial.

Por isso, a criação de políticas mais rigorosas, são essenciais para combater este problema. Só se promovendo campanhas de conscientização sobre a importância do seguro automóvel podem ajudar a mudar atitudes e comportamentos.

Em resumo, é imperativo que as autoridades tomem medidas severas como aplicar penalidades rigorosas e incentivar a responsabilidade individual. A segurança de todos os utilizadores da estrada depende disso.