A propósito do 48 º aniversário da Polícia Nacional angolana (PNA), que é celebrado todos os anos a 28 de Fevereiro, o ministro do interior, Eugénio Laborinho, teceu algumas considerações sobre as forças de segurança que deixa qualquer um perplexo.

Contudo, as declarações que nos deixaram mais abismados, e que foram destacadas por alguns meios de comunicação, foi quando o ministro considerou a PNA um orgulho para os angolanos, e que esta é uma força militarizada e apartidária!

O que tem sucedido nos últimos anos, é a PNA ser alvo de críticas e preocupações devido à escalada de violência contra os cidadãos angolanos. Várias organizações de defesa dos direitos humanos relatam casos de abusos, repressão e violações dos direitos fundamentais. São várias as críticas lançadas pelas organizações e cidadãos comuns. Por exemplo, em vez de proteger os cidadãos, as forças de segurança muitas vezes atentam contra os direitos e liberdades dos angolanos. Frequentemente, as manifestações pacíficas são reprimidas com violência.

Além disso, as zungueiras, também são alvo constante de abusos policiais. O sistema policial e de governação parece estar formatado para a repressão e a violência, em vez de criar estabilidade e ordem pública.

O que assistimos com grande regularidade é a denúncias e queixas por parte dos defensores dos direitos humanos. A polícia e os serviços profissionais parecem ter sido formatados para reprimir, em vez de proteger os cidadãos.

Eugénio Laborinho, tem sido objeto de críticas relacionadas à violência perpetrada pela PNA. Em 2020, em época de pandemia, o ministro causou polémica ao afirmar que a polícia reagiria de forma “adequada” ao comportamento dos cidadãos, mas não distribuiria “chocolates e rebuçados” diante de atos de desobediência ao estado de emergência.

Ele também enfatizou que a polícia não serve apenas para garantir emprego, mas deve ser composta por agentes com paixão pela profissão, disciplina e patriotismo.

Não há dúvida que que a PNA enfrenta grandes desafios e nem sempre a sua missão de garantir a segurança interna se afigura fácil. Porém, Eugénio deve estar a vivenciar uma realidade virtual, que não se assemelha em nada à realidade que o cidadão comum conhece.