A União Europeia anunciou uma ajuda de 210 milhões de euros para ajudar a Mauritânia a combater os traficantes de seres humanos e os barcos de imigrantes. A iniciativa surge no contexto de um aumento do número de pessoas que tentam fazer a perigosa travessia atlântica da África Ocidental para a Europa.

Em visita à capital mauritana, Nouakchott, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente espanhol, Pedro Sanchez, encontraram-se com o presidente Mohamed Ould Ghazouani para conversações centradas nos controlos fronteiriços e no desenvolvimento económico.

“A fim de ajudar a Mauritânia a enfrentar os desafios nos domínios da gestão da migração, das deslocações forçadas, da segurança e do desenvolvimento, a UE tenciona reforçar o seu apoio financeiro”, declararam em comunicado, acrescentando que a agência fronteiriça Frontex da UE desempenhará um papel importante.

Sanchez também anunciou 200 milhões de euros de apoio financeiro da Espanha nos próximos cinco anos para facilitar o desenvolvimento de projetos de hidrogénio verde em colaboração com empresas espanholas.

A migração deverá dominar o debate nas eleições de Junho para o Parlamento Europeu, num contexto de crescente retórica anti-imigração por parte dos partidos de direita.

A importância estratégica da Mauritânia está a aumentar devido às crescentes pressões migratórias e à instabilidade na região do Sahel.

O número de migrantes que entram irregularmente em Espanha por via marítima aumentou quase 300% em janeiro, tendo a grande maioria chegado às Ilhas Canárias. De acordo com as autoridades espanholas, cerca de 83% das embarcações de recreio que chegaram ao arquipélago partiram da Mauritânia.

No ano passado, um número recorde de pessoas tentou chegar à Europa através do arquipélago espanhol, situado ao largo da costa africana.

A Espanha tem destacado agentes da polícia para a Mauritânia desde 2006, quando um grande afluxo de migrantes levou a uma revisão da política de migração, que passou a centrar-se na concessão de ajuda financeira e de segurança aos países de partida das embarcações.

A Mauritânia, com menos de cinco milhões de habitantes, sofre de pobreza generalizada e, desde 2012, tem vindo a lidar com o afluxo de dezenas de milhares de pessoas provenientes do vizinho Mali.