E o principal motivo são as taxas aduaneiras. É uma das “pedras no sapato” mais incomodativas nas relações entre os dois países vizinhos, que têm muitos interesses e passado comuns.

Angola e a República Democrática do Congo (RDC) praticam valores muito diferentes nas taxas aduaneiras. A diferença de valores aplicada pelos dois países é tão díspar, que deu origem a uma paralisação dos camionistas angolanos. Esta paralisação prejudicou bastante a circulação de mercadorias, e embora a greve tenha sido suspensa até hoje, ainda existem pontos discordantes, que podem levar a que a uma outra ação de protesto. Os camiões carregados de mercadorias, encontravam-se paralisados na aldeia de Nkoko, município de Mbanza Kongo, província do Zaire, que faz fronteira com o Congo, em protesto às altas taxas aduaneiras aplicadas na RDC.

O presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Énio Costa, salientou que a emissão de licença de transportes rodoviários transfronteiriças e a harmonização das taxas entre os dois países estão entre as medidas de curto prazo necessárias para ultrapassar as dificuldades dos camionistas do corredor logístico Luanda-Luvo-Noqui, até Cabinda, passando pela RDC.

No final de uma reunião com o governo provincial do Zaire e a associação dos camionistas, o presidente da ANTT afirmou já que já existia um acordo, e que a finalidade é harmonizar num prazo de dois anos todas as taxas de transportes rodoviários transfronteiriços e que essas taxas sejam recíprocas, de modo a que os dois países beneficiem e facilitem a atividade dos operadores transfronteiriços.

Contudo, ainda há ameaças de a greve voltar a ser retomada amanhã, caso não exista consenso no processo de negociações com as autoridades angolanas, após ter sido levantada a paralisação que havia começado no passado sábado.

A principal razão para este “braço-de-ferro”, deve-se ao facto de os transportadores angolanos pagarem por mês 120 mil dólares, enquanto os da RDC pagam apenas 1.500 USD, em Angola.