O ano de 2023 não vai deixar muitas saudades por vários motivos, não só a nível mundial, como também, em particular ao povo angolano, pelo menos na vertente económica.

O custo de vida aumentou em 2023, com aceleração da taxa de inflação, em virtude do aumento dos preços dos bens e serviços, o que tornou as famílias mais pobres. Os preços acabaram por subir onde dói mais na carteira do cidadão: na saúde, alimentação e bebidas, vestuários e nos serviços. Pode-se formar várias razões para tal ter acontecido, no entanto, o grande vilão está identificado: a depreciação do kwanza e a subida dos combustíveis. O pior de tudo isto, é que 2024 deverá ser outro ano para esquecer.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) a taxa de inflação acumulada no ano passado fixou-se em 20,01%. O Governo e o Banco Nacional de Angola (BNA) andaram o ano a ter que reajustar as suas previsões sobre a taxa de inflação várias vezes, e mesmo assim, as metas previstas por ambos nunca se aproximaram dos 20 %

Como se sabe, na base do aumento dos preços está a desvalorização do kwanza e os efeitos da subida dos preços da gasolina, o que levou a uma mudança radical do quadro macroeconómico e, consequente estagnação da economia. O país encontra-se neste momento numa fase de fraco crescimento económico, alta taxa de desemprego e inflação elevada.

Para este ano, alguns economistas e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem uma inflação superior a 25 %, no mínimo, enquanto que o governo aponta para um valor na ordem dos 15,3 %. O FMI sustenta uma inflação a chegar aos 25,6%, devido ao mais que provável aumento dos preços dos combustíveis assumidos pelo Governo, que tenciona acabar com a subsidiação à gasolina e ao gasóleo até ao fim de 2025.

Pelo passado recente, as previsões do governo e banco central foram completamente desacertadas, por isso 2024 infelizmente vai ser outro ano duro, que não deixará saudades no plano económico.