O aumento salarial de 5 % para a função pública é um insulto. O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), está já a marcar a sua posição, considerando que o recente anúncio do governo em relação aos aumentos salariais não passa de manobras de distração, uma vez que os professores estão a preparar uma greve geral.
O secretário-geral do Sinprof, Admar Ginguma, considera o valor anunciado uma autêntica vergonha, e salientou as três centrais sindicais angolanas, nomeadamente a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores de Angola — Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical pretendem um salário mínimo na ordem dos 250 mil kwanzas.
O que está em causa, é que para além dos valores serem muito discrepantes, entre o que o governo angolano anunciou e aquilo que os sindicatos dos professores pretendem, é a falta de diálogo existente. “Esperávamos que fossemos chamados para apresentar a contraproposta, mas o que o Governo fez foi fazer aquele anúncio”, salientou Admar Ginguma.
Perante a insensibilidade do executivo governamental às reivindicações apresentadas, as mais recentes apresentadas em setembro de 2023, ao Presidente João Lourenço, onde já reclamavam um salário mínimo nacional de 250 mil kwanzas, o caminho para uma greve geral parece estar a ser trilhado.
Recorda-se que no passado dia 17, o governo angolano aprovou o ajuste do salário base da função pública em 5% a partir de janeiro de 2024, no âmbito do Roteiro para a Implementação da Nova Arquitetura Remuneratória da Administração Pública (RINAR).