Foi confrangedor assistir ao número da governadora do Huambo perante o Presidente da República. A questão não foi a senhora estar nervosa, ou ter tido dificuldades em ler números. Maus dias acontecem a todos. Ainda temos na memória a gaffe do actual secretário-geral da ONU, António Guterres, aquando da sua eleição para primeiro-ministro há mais de 20 anos, atrapalhando-se com os números do PIB para a saúde.
O problema é que se percebeu que a Lolita Nolika não fazia a mínima ideia do que estava a falar. Não conhecia o assunto. Estava a falar das receitas fiscais da província, mas podia estar a falar da produção de bananas. A governadora não sabe, não conhece. Este é o problema. O problema da incompetência.
Por razões várias, o MPLA tem promovido a incompetência sobre o mérito. O que nós hoje temos em Angola é um conjunto de quadros impreparados, sem noções técnicas, nem noções de serviço público. São velhos senhores feudais ou seus familiares que se acham donos do país e nem se esforçam para mostrar trabalho.
Se eu fosse ao Presidente da República, passava a aparecer sem avisar. Ficaria tudo a nú e finalmente começaria a limpeza de incompetentes que é tão necessária para o país andar.
A incompetência e o desinteresse pela coisa pública, não podem continuar a ser a regra da governação.