Quem o diz é a própria Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), através do seu Presidente do conselho de administração, Lello Francisco.
Na 11ª edição do CaféCIPRA (Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola) que abordou o “Impacto do Investimento Estrangeiro no Setor Produtivo, o presidente informou que dos 692 projetos que registou nos últimos cinco anos, apenas 211 foram desenvolvidos, orçados em 1,7 mil milhões de dólares.
A AIPEX foi criada ao abrigo do Decreto Presidencial nº 81/18, de 19 de Março de 2018, e tem como missão promover as exportações, captar investimento privado, registar propostas de investimento, e dar apoio institucional acompanhando a execução dos projetos de investimento e internacionalização das empresas angolanas.
Naturalmente se agradece a decência da AIPEX pela informação que tem fornecido ao longo destes anos. Contudo, não deixa de ser preocupante os números concedidos, dado que apenas pouco mais de 30 % dos projetos registados estão a ser desenvolvidos.
Não basta criar uma agência que promove o investimento privado e as exportações angolanas. Francamente, o que se tem vindo a observar é que existem vários fatores que têm resultado em obstáculos para um bom desempenho da agência.
Existe uma falta de transparência e eficiência nos processos de licenciamento e registo de investimentos.
Além disso, a burocracia e a corrupção dificultam o acesso ao crédito, à terra, aos serviços públicos e à justiça.
Verifica-se também que a instabilidade macroeconómica e cambial acaba por afetar a confiança dos investidores e a competitividade das exportações.
Depois temos a eterna dependência excessiva do petróleo, que torna a economia vulnerável às flutuações dos preços internacionais.
E por último, observamos que a falta de diversificação e de valor acrescentado nas exportações, acaba por prejudicá-las, uma vez que estas ainda se concentram em produtos primários de baixa qualidade.