O Procurador Geral da República (PGR), General Pitta Gróz, de vez em quando fala e profere umas declarações, querendo fazer parecer que está a mostrar serviço no combate à corrupção, que foi a principal bandeira política do Presidente da República, João Lourenço, pelo menos no seu primeiro mandato.  

Pitta Gróz fez um balanço positivo dos últimos tempos da justiça angolana, salientando que a sua imagem melhorou, mas que ainda enfrenta grandes desafios, especialmente no aumento de recursos financeiros. Segundo o PGR, essa melhoria deve-se ao bom desempenho deste organismo do Estado que, tem solucionado gradualmente o problema da falta de procuradores e funcionários.

Depois, teceu algumas considerações sobre os processos mais mediáticos e comentados de Angola, designadamente os do antigo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, o de Isabel dos Santos e o da antiga juíza presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa. Em todos estes processos, Hélder Pitta Gróz adiantou que estão em fase de instrução preparatória e seguem os trâmites legais nos órgãos competentes.

Quanto ao atual juiz presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, o General disse que, até ao momento, não foi constituído arguido em nenhum processo instaurado pela DNIAP.

Será que a PGR não consegue passar desta mesma ladainha? Hélder Pitta Gróz é o Procurador Geral da República desde 2017. Em 2023 foi reconduzido no cargo pelo Presidente da República para mais um mandato de 5 anos, embora na votação entre os seus pares, tenha ficado atrás de Inocência Pinto, a atual Vice-Procuradora Geral da República.  Mesmo assim, surpreendentemente continua no cargo.

Admitimos que a grande maioria da sociedade angolana já não espera muito desta procuradoria. Contudo, será que não podemos vislumbrar um pouco mais de dinamismo na sua atuação? Atente-se, por exemplo aos processos de Isabel dos Santos. Nos Países Baixos e no Reino Unido, temos vindo a testemunhar a alguns desenvolvimentos. Por outro lado, em Angola, passado estes anos todos, o que existe é um processo que se encontra em fase de instrução preparatória! Parece que o jogo do “gato e do rato” promete perpetuar-se e a ineficiência da PGR angolana continuará a ser uma realidade manifesta.