Rui Mingas deixou-nos na Terra, mas sua obra e grandeza permanecerá nos corações angolanos eternamente. Ele foi um ícone da música e do desporto angolano, que deixou um legado de arte, cultura e patriotismo.
Rui Mingas foi um exemplo de versatilidade, criatividade e dedicação, que marcou várias gerações de angolanos. Foi sem dúvida, um dos maiores artistas angolanos de todos os tempos. O seu talento espalhou-se por várias áreas: foi um cantor, compositor, diplomata, empresário e político angolano. Deixou-nos no passado dia 4 de janeiro, em Lisboa, vítima de doença prolongada.
Recordamos que Rui Mingas, foi um dos coautores do hino nacional de Angola, ex-ministro dos Desportos e antigo embaixador em Portugal. Além da sua carreira política e diplomática, foi também um dos grandes nomes da música angolana, tendo gravado vários discos e composto canções que se tornaram clássicos, como “Meninos do Huambo” e “Poema da Farra”.
Quando Angola proclamou a sua independência, em 1975, Rui Mingas tornou-se embaixador em Portugal, cargo que ocupou até 1979. Nesse ano, foi criada a Secretaria de Estado para Educação Física e Desporto, pela primeira vez uma pasta com status de ministério autónomo para os desportos, e Rui Mingas assumiu a sua condução, sendo ministro por 10 anos, período de pujante desenvolvimento no desporto de Angola. Ele foi também deputado no parlamento angolano pelo MPLA.
O legado que Rui Mingas nos deixou é indiscutível. Contudo, agora que o seu patriotismo é enaltecido por muitos, não podemos deixar também de constatar que uma boa parte da sua vivência foi passada em Portugal, tendo mesmo falecido no país colonizador. Enfim, esta é só mais uma das incoerências que nos vamos deparando nesta Angola, que ainda vai dando os seus primeiros passos de Estado independente.