O jornal do regime escarrapachou na sua primeira página, a notícia bombástica que o canal norte americano CNN colocou Angola como um dos principais destinos a considerar neste ano de 2024.
Outros media deram relevância a esta notícia, e isso é bastante positivo para Angola. Significa que a aproximação do nosso país com os Estados Unidos começa a dar os primeiros frutos, não se refletindo apenas na base da cooperação.
Foi também dada alguma ênfase a uma das principais figuras do nosso turismo, o presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), Ramiro Barreira. Nas suas declarações, a propósito do artigo da CNN “ Where to go in 2024: The best places to visit”, Ramiro deixa a entender que o facto de Angola estar na lista dos principais destinos turísticos em 2024, , é um voto de confiança que vai permitir impulsionar o crescimento do turismo a nível nacional. Contudo, alerta-nos para vários contextos que Angola ainda deixa muito a desejar, e que pode deitar tudo a perder no sector turístico. As deficientes infraestruturas ainda existentes no país – comunicações rodoviárias, abastecimento de água e a energia elétrica – são os exemplos mais recorrentemente falados. Mas há mais aspetos que podem ser apontados, como a concessão de mais créditos bancários para os empresários que atuam no ramo da Hotelaria e Turismo, com taxas de juros mais baixas, mais apoio aos operadores turísticos, ou mesmo a manutenção do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em 7 % sem implicar medidas colaterais.
Se continuarmos apenas a centrar-nos no potencial turístico que efetivamente Angola tem, sem tomar medidas concretas que melhorem as condições de acolhimento dos turistas, a aposta neste sector acabará por desembocar num resultado pífio e representará tal como vem acontecendo noutras áreas, uma oportunidade desperdiçada.