Nesta virada de ano ainda somos confrontados com dados pouco animadores sobre uma das desgraças que tristemente vai teimando em ser um dos grandes flagelos angolanos.
Durante a passagem de ano, a Polícia Nacional assinalou um total de 133 crimes dos quais esclareceu 100 e deteve outros 100 elementos por supostamente estarem implicados no cometimento desses crimes.
De acordo com os dados fornecidos pelo diretor de Segurança Pública e Operações do Comando Geral da Polícia Nacional, as províncias mais afetadas foram Luanda com 35 crimes, Cuanza-Norte com 12, Huambo com 11 e Malanje com 9.
Em termos gerais, o ano de 2023 foi melhor que 2022. Foram registados 62.805 crimes diversos, menos 1.749 do que em 2022, e 71% foram praticados por pessoas conhecidas ou familiares das vítimas, segundo dados preliminares apresentados pela Polícia Nacional de Angola. Um dos pontos destacados pela corporação foi a redução da criminalidade maior nos designados crimes violentos, que caíram para 226 casos.
Pela negativa foram salientados os atos de violência no seio da família contra as mulheres e os crimes de violência sexual envolvendo menores. Além disso, tem sido bastante preocupante os atos de vandalismo de bens públicos, com destaque para os que incidem sobre as torres de transporte de energia elétrica de alta tensão, linhas ferroviárias e pontes metálicas.
Um outro ponto sublinhado pela Polícia Nacional que apresenta um quadro bastante negativo e que também já foi aqui mencionado, são os dados referentes à sinistralidade rodoviária. No ano passado foram registados 13.597 acidentes de viação que causaram 2.915 mortes, um aumento de 37% comparativamente a 2022.
Sejamos sérios: há sinais de melhoria, alguns dados até nos permitem encarar o futuro com mais otimismo, contudo muito ainda está por fazer; existem mesmo aspetos que pioraram – veja-se a sinistralidade rodoviária – assim é fundamental que Angola invista mais na educação e formação profissional dos jovens, para que eles tenham mais oportunidades de emprego, e menos incentivos para se envolverem em atividades ilícitas. É necessário também reforçar a segurança pública e a justiça para que os criminosos sejam identificados, detidos e punidos de forma mais eficaz.