A capital Luanda é quem vai ganhar um maior número de municípios. Aos nove municípios que a compõem atualmente, vai ganhar mais 14 perfazendo um total de 23 municipalidades. Os novos municípios serão o Sambizanga, Rangel, Maianga, Samba, Ngola Kiluanje, Bom Jesus, Cabo Ledo, Sequele, Hoji-ya-Henda, Calumbo, Estalagem, Kilamba, Mussulo e Camama.
Já o Namibe vai ganhar apenas 4 novos municípios e será é a província que menos reajustes terá na Divisão Político-Administrativa, ficando no total com 9. Os novos municípios serão Lucira, Sacomar, Cacimbas e Iona.
Malanje passará a ser a circunscrição do país com o maior número de municípios (27), vai ganhar mais 13 municipalidades, que se vão juntar -se às anteriores 14.
Os novos municípios são: Cateco Cangola, Cuale, Ngola Luiji, Quêssua, Pungu a Ndongo, Quihuhu, Xandel, Mbanji ya Ngola, Cambo Sunginge, Milando, Quitapa, Muquixe e Capunda.
Refira-se que os maiores reajustes à Divisão Político-Administrativa do país incidiu sobre o Moxico e Cuando Cubango, se levarmos em conta as províncias de maior dimensão territorial. Moxico vai ser dividida em duas províncias, sendo Moxico com sede no Luena e Cassai Zambeze, em Cazombo. Serão elevados à categoria de município as seguintes localidades: Lucusse, Cangumbe, Lutuai (ex-Muangai), Alto Cuito, Cangamba, Chiúme, Ninda, Lutembo, Lumbala Nguimbo.
No Cassai Zambeze, os novos municípios serão Cazombo, Macondo, Caianda, Lóvua do Zambeze, Nana Candundo, Cameia, Luau, Luacano e Lago Dilolo.
Em relação ao Cuando Cubango, também vai-se verificar a divisão em duas províncias. O Cubango, com sede em Menongue, é prolongado pelos municípios de Cuchi, Calai, Cuangar, Nancova, Caiundo, Longa, Cutato, Chinguanja, Mavengue e Savate. Já o Cuando deve ser integrado por Mavinga, Dima, Luengue, Dirico, Mucusso, Cuito Cuanavale, Rivungo, Xipundo e Luiana.
Huambo e Benguela também aumentarão o número de municípios. A província do Huambo passará para 17 devido à elevação à categoria das cidades de Bimbe, Galanga, Alto Hama, Cuima, Sambo e Cilata, enquanto Benguela ganhará 13 novas municipalidades: Chicuma, Babaera, Egipto Praia, Biópio, Chila, Chindumbo, Capupa, Iambala, Dombe Grande, Canhamela, Catengue, Bolonguera e Navengantes.
O Cuanza-Norte passará de 10 para 17 municípios, na sequência da ascensão das cidades de Cêrca, Massangano, Tango, Luinga, Aldeia Nova, Caculo Cabaça e Terreiro.
As províncias do Uíge, Bengo e Cunene não vão sofrer grandes reajustes. A primeira vai ganhar mais sete novos municípios, enquanto a segunda ficará com mais seis e a terceira com mais sete. Os novos municípios do Uíge são Alto Zaza, Vista Alegre, Quipedro, Sacandica, Nsosso, Lucunga e Massau. No Bengo, devem ser elevados à categoria de municípios Barra do Dande, Caxito, Panguila, Piri, Quicunzo e Úcua. Já Mucope, Ombadja, Nehone, Cafima, Chitado, Mupa e Chissuata devem integrar o leque de municípios do Cunene.
A província da Huíla vai contar com 9 novos municípios. As “localidades” de Hoque, Galangue, Capunda Cavilongo, Capelongo, Dongo, Chituto, Viti Vivali, Palanca e Chicungo fazem parte da nova Divisão Político-Administrativa.
Quanto a Cabinda, teremos 6 novas municipalidades: Tando Zinze, Liambo, Ngoio, Miconje, Massabi e Necuto.
Cinco novos municípios devem integrar à província do Zaire. Trata-se de Qêlo, Luvo, Quibala-Norte, Serra de Canda e Lufico.
A província do Bié passará de 9 para 19 municípios, com a elevação à categoria de Calucinga, Mumbué, Chicala, Cambândua, Ringoma, Umpulo, Chipeta, Belo Horizonte, Luando e Lúbia.
A Lunda-Norte passará a ter 19 municipalidades, ao passo que a Lunda-Sul 14, contrariamente às anteriores quatro.
Segundo um relatório elaborado pelo Ministério da Administração do Território (MAT), a sua base é a necessidade de reduzir as assimetrias regionais e promover o desenvolvimento harmonioso do território e a qualidade da organização e prestação de serviços básicos aos cidadãos. Mudar o desenvolvimento do país. O ministério também justificou a mudança com as exigências de crescimento demográfico e infraestrutural, expansão de grupos populacionais e limites territoriais geográficos. De acordo com o princípio da proporcionalidade, a intervenção legislativa é considerada necessária para garantir a justiça no sector político-administrativo e para reduzir a desigualdade social e as desvantagens resultantes dos cidadãos que vivem em áreas desfavorecidas.
Todas estas mudanças previstas tanto nas províncias quanto nos municípios foram alvo de várias críticas. O académico Queirós Paulino considera este alargamento prematuro. No caso concreto do Cuando Cubango, a divisão da província em duas não será suficiente para acabar com as atuais assimetrias entre as regiões que a compõem, por falta de vias de acesso entre si, sendo que “o município de Menongue será sempre o mais desenvolvido em relação ao de Mavinga”, referiu o académico.
Já o ativista político e social Elson de Carvalho considera este alargamento sem lógica argumentando que as “razões para essa divisão porque se temos dinheiro temos que apostar nas províncias tal como elas estão, (porque) elas podem ter uma grande dimensão, mas têm poucos habitantes”.
O diretor do Observatório Político e Soclal (OPSA), Sérgio Calundungo, por seu lado, avalia este aumento de províncias e municípios sob um outro prisma. Embora considere este alargamento inevitável, questiona o modo como a consulta pública foi realizada pelo Governo, argumentando que outros atores da sociedade angolana deviam ter sido consultados neste processo.