O novo aeroporto internacional de Luanda António Agostinho Neto, recebeu na passada terça-feira o primeiro voo comercial de carga. De acordo com o comunicado de imprensa, este avião era proveniente de Lagos, a segunda cidade mais populosa de África, e até 1991 a capital da Nigéria. O voo foi operado pela aeronave 737- 800 Cargo da TAAG, tendo aterrado no Terminal de Carga Aérea, vinte minutos após as 18h com 10.000 Kg.

Até ao final do ano estão previstos mais voos comerciais operados por outras companhias, tais como a multinacional DHL, a Ethiopian Airlines e a Sinotrans, em parceria com a Hull Blyth.

Segundo a informação de vários membros do executivo, está previsto que o novo aeroporto funcione em três fases. A primeira, a da carga, conta com uma capacidade atual de movimentar 130 mil toneladas de carga anualmente, podendo chegar às 400 mil, caso haja mais investimento.

A segunda fase, está prevista que inicie no fim do 1º trimestre de 2024, com os voos em território nacional, e, por último, no 2º semestre do próximo ano, a terceira fase serão os voos internacionais. Tudo isto, está dependente da finalização de diversos projetos ainda em curso, como sejam os acessos rodoviários e ferroviários.

Após 15 anos para ser concluído e um investimento que alguns especialistas colocam acima dos 7 mil milhões de dólares, várias dúvidas e interrogações se podem colocar. A principal é, tendo sido uma obra de investimento tão avultada, e uma obra com um “parto” tão difícil de se concretizar, será que o novo aeroporto vai mesmo trazer rentabilidade para o país? E já agora, sendo o governo angolano pródigo em não cumprir prazos estabelecidos, não estará a colocar a fasquia dos objetivos estabelecidos demasiado alta?

Não vamos seguir o mesmo diapasão que é extensas vezes seguida por vozes opositoras ao executivo, que só sabem seguir a linha do “bota abaixo”. Contudo, também não nos deixamos iludir com as palavras profusamente difundidas por vários membros do governo. Apoiamos tudo o que esteja associado ao progresso do país, que o catapulte finalmente para o desenvolvimento, mas como dizia o incrédulo apóstolo de Jesus São Tomé, é “ver para crer”.