A última newsletter bimestral do Banco Nacional de Angola (BNA) traçou um panorama geral do Sistema Financeiro angolano (SFA) entre 2019 e 2023.

Apesar de inicialmente a análise feita dar a entender que as transações primam pela desordem, uma vez que nomeia os movimentos indevidos das contas bancárias – 3.080 e as 142.006 reclamações do serviço do SFA, a realidade depois espelhada sublinha alguma evolução, designadamente no período pós-pandemia.

O SFA registou nos últimos 5 anos os números já citados, o que representa 2 % do volume total dos processos, todavia estes números têm vindo a diminuir nos últimos 2 anos.

O banco central tem desempenhado um papel mais interventor que tem resultado num decréscimo de movimentações indevidas de contas bancárias. Na sua análise, o BNA salienta também que a subida registada de situações irregulares, ou reclamações foram registadas no período da pandemia de covid-19. A utilização de internet/mobile banking a que a sociedade estava obrigada por causa das medidas de contenção, fizeram aumentar as reclamações, contudo, esta situação acabou por ser ultrapassada, e os números posteriormente registados tiveram uma tendência clara para diminuir.

O SFA sublinha que várias entidades têm sido responsáveis por essa diminuição, destacando naturalmente o BNA que, para além de ter levado a cabo campanhas de educação financeira, fiscalizou mais intensamente as instituições bancárias, procurando detetar inconformidades como cobranças irregulares de manutenção de contas ou simplesmente mitigar o risco de fraudes inerentes à utilização de cartões.

O BNA realça igualmente no seu documento um aspeto do sistema financeiro que é cada vez mais importante na era digital: a cibersegurança, a qual envolve flexibilizar medidas e práticas destinadas a garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade de dados e sistemas de TI.

Em suma, o progresso que se verifica no sistema financeiro é evidente, mas ainda há espaço para serem promovidas várias melhorias, principalmente no campo da fiscalização e na prevenção de fraudes.