A Economist Intelligence Unit (EIU) é a divisão de investigação e análise do The Economist Group, a empresa-irmã da prestigiada revista The Economist. Na sua última análise efetuada a Angola para o período 2024-2028, destacou várias matérias que deixou alguns quadrantes políticos em polvorosa.

A EIU considera que o MPLA vencerá novamente as próximas eleições gerais marcadas para 2027, e surpresa, ou talvez não, quem conduzirá o partido que está no poder desde a independência, será João Lourenço (JLo), ou seja, o atual Presidente da República, arranjará maneira de contornar o limite imposto de dois mandatos definidos pela Constituição de Angola e candidatar-se-á a um 3º mandato.

No entanto, a unidade de análise da revista britânica não deixa os seus créditos por mãos alheias, estabelecendo algumas diretrizes e considerações sobre o possível cenário dos próximos anos. A EIU, realça que o Presidente angolano deve estabelecer como prioridades no seu segundo mandato a luta contra a corrupção e a melhoria das condições de vida de forma a recuperar a popularidade que tem vindo a perder.

Não obstante JLo e o MPLA terem ficado muito aquém do que prometeram até à data, nomeadamente nas questões relacionadas às reformas e à diversificação económica, a EIU acredita que Lourenço e o MPLA vão-se manter na liderança do país, e assim um terceiro mandato do Presidente acabará por se concretizar.

Contudo, à partida as eleições não serão livres e justas. No período eleitoral haverá muita conturbação, especialmente devido à “insatisfação generalizada com o governo de longa data do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que está no poder desde a independência em 1975”, pode-se ler no relatório.

No documento de análise é também destacada as relações do país com o Ocidente. Estas encontram-se numa fase francamente positiva, e isso acaba por garantir não só um incremento substancial nos negócios, e consequentemente uma abertura a novos mercados, como também aumenta o financiamento para as infraestruturas. Veja-se por exemplo o caso do corredor do Lobito. O relatório alerta, todavia, que Angola não deverá esquecer os parceiros mais antigos, como a China (principal importador de petróleo e credor) e a Rússia, um dos grandes investidores no setor diamantífero de Angola.

É também sublinhado o papel fundamental que JLo tem desempenhado em prol da paz, sobretudo no país vizinho, a República Democrática do Congo. A EIU considera que Angola deve manter a sua reputação de importante força militar naquela região e continuar a desempenhar o papel de mediador no conflito que persiste naquele país há vários anos.