Os resíduos de plástico estão “fora de controlo” em África, onde estão a crescer mais rapidamente do que em qualquer outra região, segundo uma nova análise.

Aos níveis actuais, a cada minuto que passa, são deitados fora ou queimados na África Subsariana resíduos de plástico suficientes para cobrir um campo de futebol, de acordo com a organização de caridade Tearfund.

Se a tendência se mantiver, prevê-se que a região acabe com 116 milhões de toneladas de resíduos de plástico por ano até 2060, seis vezes mais do que as 18 milhões de toneladas de resíduos produzidas em 2019. O principal motor do aumento do consumo de plástico na África Subsariana, onde 70% da população tem menos de 30 anos, é a procura de veículos e outros produtos, num contexto de aumento dos rendimentos e de crescimento demográfico. Globalmente, prevê-se que a utilização de plástico a nível mundial quase triplique até 2060.

Rich Gower, economista sénior da Tearfund afirmou que “grande parte do plástico utilizado na África Subsariana são embalagens de plástico que acabam por ser deitadas fora e queimadas”.

Na ausência de regras e regulamentos globais, as pessoas que vivem nos países em desenvolvimento e os catadores que recolhem os resíduos, suportam desproporcionalmente o peso dos impactos ambientais e de saúde da poluição plástica.

O Dr. Tiwonge Mzumara-Gawa, do Malawi, um ativista na área dos resíduos disse: “a saúde das pessoas no Malawi e em toda a África está a ser afetada todos os dias pela poluição dos plásticos.” No Malawi, assistimos todos os dias a queimadas e descargas de resíduos de plástico, que prejudicam a saúde das pessoas. Há quem lucre com esta crise do plástico e queira manter a ambição o mais baixa possível”.

A análise da Tearfund baseia-se em estatísticas de uma base de dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e foi publicada no Global Policies Outlook.