Não é uma surpresa, é apenas uma confirmação. Angola é o país do continente africano que deve mais dinheiro à China quando o assunto é energia.
De acordo com a base de dados da Universidade de Boston sobre o financiamento global da energia pela China, entre 2000 e 2022, as duas principais instituições chinesas de financiamento do desenvolvimento concederam cerca de 52,4 mil milhões de dólares em empréstimos para projetos energéticos a mais de duas dúzias de países africanos.
Os empréstimos a África representaram 23% dos 225 mil milhões de dólares disponibilizados pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Banco de Exportação-Importação da China a 65 governos estrangeiros durante esse período. 13 países africanos receberam mil milhões de dólares ou mais em empréstimos deste tipo.
Contudo, Angola foi de longe, o maior devedor africano de dinheiro chinês para projetos de energia. Angola recebeu 10 empréstimos separados desde 2002, sendo a maior tranche de 15,1 mil milhões de dólares em 2016.
Utilizou 10 mil milhões de dólares para recapitalizar a sua empresa petrolífera estatal, a Sonangol, enquanto o restante foi destinado a projetos hidroelétricos em cidades tais como Luanda e Cabinda. Recorde-se por exemplo o de Caculo Cabaça com um financiamento de 4.100 milhões de dólares, ou o de Tchiumbwe com 112 milhões de dólares.
Não obstante, é também de sublinhar que segundo a base de dados da Universidade de Boston, a China não concedeu empréstimos a Angola para um projeto energético nos anos seguintes.