As tropas governamentais da RDC e as forças de manutenção da paz das Nações Unidas lançaram uma operação conjunta com o objetivo de reforçar a segurança em torno da capital da província de Kivu do Norte, Goma. Goma e Sake enfrentam ameaças de vários grupos armados, incluindo dos rebeldes do M23.

Os peritos das Nações Unidas concluíram num relatório que o Ruanda apoia o M23, embora Kigali negue a alegação.

O comandante da força da ONU, o tenente-general Otávio Rodrigues de Miranda Filho, do Brasil, esteve presente no lançamento de uma patrulha conjunta e sublinhou o empenhamento das suas forças em ajudar as tropas congolesas. “Temos um compromisso total com a proteção dos cidadãos da RDC e de todos os soldados que estão aqui destacados. Eles estão aqui fora das nossas bases porque estão prontos a morrer, se necessário, para proteger a população deste país”, disse o Tenente-General do Comandante da Força da MONUSCO.  Os combates na região obrigaram os habitantes a fugir das suas aldeias.

A nova operação conjunta, denominada Springbok, estabeleceu várias novas posições defensivas, com veículos blindados das Nações Unidas e tropas fortemente armadas a serem vistas no terreno montanhoso perto de Sake. A segurança desta região é uma das principais tarefas da MONUSCO.

As milícias locais, conhecidas como “Wazalendo”, e os rebeldes do M23 da região de Kibumba e Buhumba têm estado em confronto no território de Nyiragongo, a cerca de 20 km de Goma.

Contudo, desde há muito que a atuação da MONUSCO tem sido alvo de críticas. Por exemplo, os habitantes locais criticam-na por não ter conseguido trazer a paz ao país e as multidões têm-se revoltado à porta das suas bases. Já o Governo do Congo chegou mesmo a apelar à saída da MONUSCO do país.

As forças de manutenção da paz estão presentes na RDC desde 1999, mas a violência das milícias tem continuado a assolar o leste do país. O governo congolês solicitou mesmo a partida “acelerada” da MONUSCO, a partir de dezembro. Tshisekedi afirmou que a missão de cerca de 14.000 soldados da paz “não conseguiu enfrentar as rebeliões e os conflitos armados… nem proteger as populações civis”. Perante esta postura governativa, não deixamos de registar alguma incongruência nesta nova ação conjunta denominada Springbok.

A declaração de Tshisekedi foi feita poucas semanas depois da Comunidade da África Oriental composta por sete nações, ter alargado o mandato de uma força militar regional destacada para reprimir a violência no leste da RDC.