Esta informação foi fornecida pelo Ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, na 7.ª edição da Africa Energy Market Place 2023, promovida pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

Para essa meta ser alcançada em 2027, o investimento de Angola, de acordo com o ministro será de 17,2 mil milhões de dólares, e dessa forma o país passará de uns actuais 43% de cobertura de eletrificação, para cerca de metade, o que se traduzirá numa capacidade instalada de 8.000 megawatts.

Na sua intervenção, João Borges lembrou que o continente africano está de uma maneira geral, com baixas taxas de eletrificação e que Angola tem, nos últimos anos feito um esforço meritório no investimento. Exemplo disso são as várias obras desenvolvidas ou “upgrades” aproveitados de infraestruturas já existentes. O governante destacou a conclusão do Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, que produz aproximadamente 2.070 MW, a ampliação do Aproveitamento de Cambambe, a construção da Central do Ciclo Combinado do Soyo, estando a decorrer a construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Caculo Cabaça, para a produção de cerca de 2.172 MW, que vai elevar a capacidade instalada do país, em 2027, para 9.644,09 MW, suplantando os 8.000 MW projetados.

O país também está a iniciar um processo de reestruturação da sua matriz energética, tendo finalizado há pouco tempo as Centrais Fotovoltaicas do Biópio com cerca de 188 MWdc (MWfotovoltaico) e de Baía Farta, com cerca de 96 MWdc, que contribuem com aproximadamente 3,8%, no âmbito do Sistema Elétrico Público.

Todos estes desenvolvimentos são de ter em consideração, contudo existe um longo caminho pela frente. Nas palavras do ministro, “pretendemos, no final de 2027, alcançar uma taxa de acesso de 50%, considerando uma população de 33 milhões de pessoas, o que pressupõe realizar cerca de 1.700.000 novas ligações domiciliares”. Para isso é necessário o aumento da eficiência e sustentabilidade do setor e apostar nas energias renováveis além de ter a colaboração dos privados.

Um outro aspeto importante destacado por João Borges, é obter o acesso ao crédito em condições concessionais, que permita ao país suportar o peso da dívida com a construção de novas infraestruturas. O ministro enfatizou o papel que tem vindo a ser desempenhado pelo BAD, dando como exemplo o financiamento deste banco na instalação de 1.300.000 contadores pré-pagos.