Afinal, já descobrimos que quem foi à China a propósito dos 10 anos da “Belt and Road” foi o ministro da Energia e Águas, Borges. A escolha faz sentido, mas deixa claro que a representação angolana não foi ao mais alto nível, como outras representações africanas.
Há um abaixamento do nível de engajamento angolano na China. Temos para nós que isso se explica pelos problemas da dívida, que Vera Daves tem estado cada vez mais intensamente a abordar. Primeiro, em surdina, agora em voz clara, torna-se óbvio que as finanças públicas angolanas estão a ser sufocadas pelo pagamento da dívida pública.
As notícias repetem-se: “A ministra das Finanças Vera Daves admitiu que só os investimentos privados podem agora resolver essa situação e que o Governo está a gerir a dívida pública no limite, representando 60 por cento do Orçamento Geral do Estado (OGE)” ou “Vera Daves afirmou que o Estado, com uma elevada dívida pública, já não tem capacidade para criar riqueza e empregos por via de investimentos: “Nós estamos a gerir mesmo no limite.”
Como se sabe, cerca de metade dessa dívida pública foi contraída com a China, como se sabe também, cerca de metade da dívida chinesa foi desviada por meios criminais, com a conivência da China.
Isto coloca o governo perante um dilema: deve ou não confrontar a China e resolver a questão da dívida que está a limitar as possibilidades de desenvolvimento do país?