Este ano foi um pouco melhor. A listagem por ministérios, as obras intermináveis, talvez inexistentes, terminaram. Houve algum contexto, algumas linhas para o futuro. As questões foram apresentadas por temas.
Pressentiu-se um esqueleto, uma ideia para o país. No entanto, alguns defeitos persistiram. Longo, demasiado longo, para ter efeito mobilizador. Pormenorizado, demasiado pormenorizado, criando armadilhas ao próprio Presidente, que apresenta números que vão ser sempre contestados.
E falta o factor humano, o afecto, o herói, a história mobilizadora. O final foi absurdo. Não se percebeu. É evidente que só ao Chefe de Estado compete fazer O discurso do Estado da Nação, mas também é óbvio que numa sociedade livre qualquer cidadão pode fazer UM discurso sobre o estado da Nação. Algo correu mal, ou os assessores constitucionais não se souberam explicar ou o Chefe de Estado não se exprimiu como queria, ou é tudo uma trapalhice sem sentido.
Falta uma política clara para combater o desemprego. Não é criando um ambiente de negócios para putativos empresários que podem nunca chegar.
Falta uma ideia para terminar com a constante subida de preços, e não malabarismos do BNA.
Falta uma alavanca mobilizadora para o crescimento. Falta quase tudo no modelo económico proposto pelo Presidente da República.
Por isso, o discurso, apesar das melhorias, ainda não convence e não move as “Montanhas” que é preciso mover.