Há muito barulho e agitação na política angolana. Contudo, esse barulho é enganador. O problema não está na falta de autarquias, ou mesmo na discussão do terceiro mandato, ou numa revisão constitucional, que as há para todos os gostos.

O problema está na economia. É a economia nacional que não responde aos anseios da população. Há desemprego, aumentam, de novo, os preços, içam-se bandeiras de fome. Há um problema económico em Angola que é camuflado pelo combate político.

A política económica do governo, obviamente, está errada, caso contrário, o país não estaria em sofrimento económico desde 2015. São quase 10 anos. Há um excesso de concentração nos problemas financeiros, dívida pública, déficit orçamental, etc. Isso não resolve nada para Angola.

Há que pensar um pacote económico abrangente que modifique toda esta situação. Esse pacote tem de se concentrar na resolução no problema do desemprego, utilizando os activos do Estado e do combate à corrupção para financiar programas de emprego. Tem também de implicar uma monetarização da dívida que permita, na verdade, não a pagar por alguns anos, enquanto a situação real da economia não mudar. Tem de abrir os mercados a todos e não a políticos-empresários ou empresários-políticos.

É importante perceber que têm de ser experimentadas soluções diferentes das ortodoxas.

Os angolanos têm de ter empregos, têm de estar ocupados. O Estado tem de agir, não pode ficar parado á espera do desastre, porque é para o desastre que se caminha.