Os países da África Ocidental continuam a hesitar em utilizar a força no Níger, mesmo depois da resolução da semana passada da CEDEAO de enviar tropas para restaurar o governo do presidente deposto Mohamed Bazoum.
Em vez disso, o Presidente nigeriano e também Presidente da CEDEAO, Bola Tinubu, está a desenvolver esforços diplomáticos para resolver a crise, incluindo a autorização de uma missão ao Níger de uma delegação de académicos islâmicos.
O líder do golpe, o General Tchiani está a valorizar a relação histórica entre as nações vizinhas, afirmando que o golpe foi “bem intencionado” para evitar uma ameaça iminente tanto para o Níger como para a Nigéria e que os dois países “não são apenas vizinhos, mas irmãos que devem resolver os problemas de forma amigável”.
Entretanto, o Congresso do Trabalho da Nigéria emitiu uma declaração alertando a CEDEAO contra o uso da força militar, alegando que isso causaria instabilidade e perda de vidas em toda a região e colocaria em risco a vida de Bazoum e da sua família.
Bazoum continua em prisão domiciliária com a mulher e o filho de 20 anos, alegadamente em condições precárias numa cave sem iluminação. O líder deposto disse que ficaram sem eletricidade durante uma semana, que não tinham acesso a medicamentos e que a sua família se alimentava de arroz seco e massa. Embora a junta tenha permitido a visita de um médico ne lhe tenha trazido alguns alimentos, os apoiantes de Bazoum receiam que o plano seja “matá-lo à fome” e apelam à intervenção das nações ocidentais.
Mas essa intervenção está a revelar-se complicada. Embora a França tenha sido dura no início do golpe, o ministro da defesa francês disse que o seu país apoiaria os últimos esforços diplomáticos da CEDEAO. O aumento dos sentimentos anti-franceses e pró-russos no Níger está a complicar os esforços para resolver a crise, agora na sua terceira semana sem um fim claro à vista.