Os líderes de oito países da Amazónia reuniram-se no Brasil, pela primeira vez em 14 anos, para elaborar um plano para salvar a floresta amazónica, mas parece que não conseguiram chegar a um consenso sobre a forma de acabar com a desflorestação.

Uma declaração conjunta divulgada após a cimeira deu a entender que os países estabeleceriam os seus próprios objectivos de conservação em vez de aderirem a uma política regional comum. Também não houve consenso sobre a forma de acabar com a extração ilegal de ouro na Amazónia.

Antes da cimeira, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio “Lula” da Silva, propôs um acordo para acabar com a desflorestação até 2030.

Mas um dos principais pontos de destaque foi a exploração de petróleo. O Presidente colombiano de esquerda, Gustavo Petro, apelou ao fim total da exploração petrolífera na Amazónia, o que tem sido um ponto de discórdia no Brasil, uma vez que a empresa estatal Petrobras tem tentado obter uma licença para um projeto de perfuração de petróleo perto do rio Amazonas.

De facto, acabar com a desflorestação tem um custo significativo para os países, que terão de renunciar aos lucros da pecuária, da agricultura e de novos projectos petrolíferos e mineiros. Lula diz esperar que alguns desses custos possam ser compensados por contribuições internacionais e créditos de carbono. A Noruega e a Alemanha já estão a financiar a preservação da Amazónia, e as nações amazónicas acreditam que podem convencer outros países a contribuir se mostrarem uma frente unida – um esforço que parece ter ficado aquém.

Para além das contribuições internacionais, os países da Amazónia esperam tirar partido do crescente mercado do carbono, em que uma organização que polui pode comprar um crédito no valor de uma tonelada de dióxido de carbono, que depois é canalizado para esforços de redução de carbono nas comunidades amazónicas. Atualmente, o Banco Mundial estima que o mercado de créditos de carbono na floresta tropical valha 210 mil milhões de dólares por ano.