Existem opiniões diferentes sobre se as manifestações podem ou não resolver problemas. Algumas pessoas acreditam que as manifestações podem chamar a atenção para questões importantes e podem ser uma forma de as pessoas expressarem sua insatisfação com o estado atual das coisas. Outros acreditam que as manifestações não são suficientes para resolver os problemas e que outras ações, como ação política e mudanças nas políticas, são necessárias.
Há uns anos, D. José Policarpo, então Cardeal-Patriarca de Lisboa, defendia que os problemas do país não se resolveriam em manifestações de rua e “nem com uma revolução se resolveriam”. Alertou para o facto de estar em jogo a democracia representativa e disse que “nada se resolve contestando, vindo a grandes manifestações”.
Tinha razão o falecido Patriarca português. Embora as manifestações possam ser uma ferramenta importante para chamar a atenção para questões e para expressar insatisfação, nem sempre são suficientes para resolver os problemas por conta própria. É importante que as pessoas se envolvam em outras formas de ação política e que os formuladores de políticas abordem as causas subjacentes da desigualdade e outras questões.
Isto é ainda mais verdade em Angola. Os problemas resolvem-se com trabalho e ação política.