Cerca de vinte países de todo o mundo candidataram-se a integrar o grupo BRICS, atualmente composto por cinco nações, e um número igual de outros países manifestou interesse, informou a África do Sul, país que vai acolher a próxima cimeira.

O grupo BRICS (África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia), que pretende ter mais peso nas instituições internacionais até agora dominadas pelos Estados Unidos e pela Europa, disse estar aberto a um possível alargamento.

“Vinte e dois países abordaram formalmente os países do grupo BRICS para se tornarem membros de pleno direito do grupo, e há o mesmo número de países que informalmente pediram para se tornarem membros do Brics”, disse o embaixador-geral da África do Sul para a Ásia e o BRICS, Anil Sooklal.

O embaixador deu como exemplo Irão, a Argentina, o Bangladesh e a Arábia Saudita entre os países que manifestaram interesse, formal ou informal, em aderir aos BRICS.

Este interesse crescente nos BRICS não é “nada de novo”, mas sublinha a “confiança” no trabalho que o grupo tem “defendido” desde a criação do grupo, acrescentou numa conferência de imprensa em Joanesburgo.

“Os BRICS não são apenas a força motriz da força global na tentativa de mudar as linhas de falha em termos de política global, eles também estão a mudar o que acontece no espaço económico global”, disse Sooklal.

A próxima cimeira realiza-se de 22 a 24 de agosto, em Joanesburgo, e foram convidados 69 países, incluindo países africanos. O Presidente francês Emmanuel Macron pediu para participar na cimeira, mas ainda não foi tomada qualquer decisão.

“Os BRICS são uma entidade consensual, não é apenas uma decisão da África do Sul, tem de haver uma consulta”, comentou Anil Sooklal, que salientou que a ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros, Naledi Pandor, “é responsável por este procedimento”.

Formalmente lançado em 2009, o grupo das cinco potências emergentes representa atualmente 23% do PIB mundial e 42% da população mundial, de acordo com o site da cimeira.