O país entrou em novo sobressalto económico, quando tudo parecia estar no bom caminho após a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e as medidas de austeridade da ministra Vera Daves. Muitos estranharam e as teorias da conspiração sucedem-se. A culpa é da China, a culpa é dos ajustes diretos, a culpa é de algo…
Na verdade, tudo parece mais simples. A Agência dos Petróleos de Angola explica bem, que por comparação homóloga entre os primeiros quatro meses de 2022 e os de 2023, “foram produzidos menos 15,6 milhões de barris, ou seja, menos de 100 mil barris diários. Ora, menos produção significa também menos exportação de crude, que caiu quase 12% para 116,1 milhões de barris entre Janeiro e Abril deste ano face ao período homólogo. As receitas brutas com a exportação desta matéria-prima caíram 32,4%, passando de 13.663,9 milhões USD para 9.232,1 milhões e o preço médio do barril de petróleo passou de 103,7 USD para 79,5 USD.”
A conclusão só pode ser uma.
A intervenção do FMI não teve os resultados esperados na modificação da economia angolana, e a famosa diversificação não avançou, não passou de retórica do ministro de Estado agora afastado.
Nem poderia ser de outra maneira, pois enquanto não se dinamizar o mercado interno, controlarem as importações e terminarem com os lobbies ligados ao comércio externo, assegurando-se uma sã concorrência doméstica, não haverá qualquer diversificação.
É isto que tarda, é isto que tem de ser feito.