Haja dinheiro! É o que apetece dizer no imediato, após as aprovações do Presidente da República, João Lourenço, de vários financiamentos e acordos-quadro num único dia.
A destacar os seguintes pontos: O financiamento de aproximadamente 2,25 mil milhões de dólares para a primeira fase do projeto do metro de superfície de Luanda, incluindo a construção de uma via dupla ferroviária, um parque de manutenção e operação, e a aquisição de 24 veículos de grande capacidade. Refira-se que o Governo ainda não revelou a empresa responsável pela execução do projeto ou a instituição bancária que irá financiá-lo.
Além disso, foi aprovado um acordo-quadro entre o Governo de Angola e a Gemcorp, no valor de 2 mil milhões de dólares, para financiar a implementação de projetos e programas estruturantes no setcor de água. O despacho não fornece detalhes sobre o papel da Gemcorp neste processo. A Gemcorp possui histórico de relacionamento pouco transparente com o Governo e o Banco Nacional de Angola, sendo o maior gestor de ativos do banco central.
Em terceiro lugar, destaque para o Financiamento de 210 milhões de dólares, com um adicional de 39 milhões para o down payment dessa operação. Esta verba será destinada para a construção do satélite AngoSAT-3, a ser realizada na França e financiada pela Société Générale, totalizando quase 250 milhões de dólares.
Por último, temos os financiamentos por ajuste direto para obras em Malanje (109,3 milhões de dólares), Benguela e Lobito (86 milhões de dólares), e manutenção do novo aeroporto (85,8 milhões de dólares), sem que as empresas responsáveis tenham sido reveladas.
A maioria destes acordos aprovados num único dia pelo Presidente de Angola, foram feitos por ajuste direto e têm sido criticados, fundamentalmente por revelarem uma falta de transparência em relação aos detalhes dos projetos e empresas envolvidas.