A notícia do crescimento homólogo do PIB no primeiro trimestre de 2024, face ao mesmo período em 2023, no valor de 4,6% é uma boa notícia.

Contudo, não descansa. Pode apenas ser um resultado de oscilações petrolíferas e não de qualquer crescimento sustentado do PIB.

Há que perceber se é um mero blip ou uma realidade que veio para ficar?

A chave está no investimento, sobretudo externo. Havendo investimento externo de médio-prazo, haverá sustentabilidade no crescimento do PIB, não havendo, continuará a haver blips seguidos de angústias indisfarçáveis.

A questão é que para haver investimento tem de existir, acima de tudo, confiança. E a confiança ainda não existe.

De um lado, temos a trapalhice em que se tornou o combate à corrupção. Os resultados não são suficientes e convincentes. Enquanto, isso não acontecer não haverá investimento em massa, apenas projectos tímidos com cobertura estatal, comissões e sociedades discretas, que se arrastarão na incerteza. O problema do combate à corrupção continua a ser um problema nacional por resolver que afasta o investimento.

Do outro lado, temos um líder da oposição que acena vagamente com a hipótese de golpe de Estado, recusando reconhecer os resultados das últimas eleições. Aqui o problema é da ameaça permanente de estabilidade. Os investidores querem estabilidade, não se querem ver confrontados com ameaças de golpes de Estado.

Portanto, neste momento, os 4,6% ainda são um blip. Quando é que deixarão de o ser?